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O QUE É?

  • Foto do escritor: Patricia Rocha Civeira
    Patricia Rocha Civeira
  • 29 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 2 de ago.

A psicanálise foi criada por Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista austríaco, quando este começou a investigar porque algumas mulheres apresentavam sintomas físicos como paralisia de membros do corpo, afasias (distúrbio da linguagem), fobias (distúrbio da ansiedade), amnésias (distúrbio da memória), cegueira (distúrbio da senso-percepção), sem identificação de uma causa orgânica.


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Freud se pôs a escutar estas mulheres convidando-as a falar e associar livremente para que, por meio de uma atenção flutuante, pudesse interpretar quais eram as ligações inconscientes formadas naquele sintoma, com o objetivo de que pouco a pouco estas ligações fossem desconstruídas dando lugar a outras formas de lidar com os elementos conflituosos.


O método da associação livre é uma forma de falar durante o tratamento psicanalítico, sem censura e sem julgamento, sobre qualquer assunto, ainda que este possa gerar vergonha, autocrítica ou seja considerado inútil. A partir disso, a escuta será estabelecida numa atenção flutuante, ou seja, focada em alguns elementos chave da narrativa e não no conteúdo manifesto em si, mas no inconsciente latente que, para chegar à consciência ultrapassando o recalque defensivo, pode se camuflar por meio de atos falhos, piadas, sintomas, palavras esquecidas e sonhos.


Para Freud o psiquismo é formado por instâncias (Consciente, Pré-consciente e Inconsciente) e estruturas (Eu, Isso e Supereu) pelas quais circulam pulsões, representantes, desejo, fantasias e afetos, onde ocorrem conflitos, repressões, traumas, deslocamentos, condensações e o surgimento da formação de inibições, sintomas e/ou angústia, cujo intenso sofrimento costuma fazer com que as pessoas busquem por um tratamento psicanalítico.


Dando continuidade às construções teóricas e metodológicas freudianas acerca da psicanálise, Jacques Lacan (1901-1981), médico psiquiatra francês, manteve o uso da associação livre e da atenção flutuante e introduziu intervenções como o uso do tempo lógico, não cronológico, próprio ao funcionamento inconsciente e, o corte da sessão, como forma de abertura para o inconsciente, extremamente importantes para a direção do tratamento.


Lacan realizou junto à psicanálise freudiana releituras e elaborações, fazendo uso de outros campos do conhecimento, como a linguística, a matemática e a filosofia, a fim de solucionar as problemáticas teórico-clínicas psicanalíticas, criando concepções que fossem capazes de se prestar às elucidações e formalizações da prática clínica, tais como: significante/significado, metáfora/metonímia, real, simbólico, imaginário, gozo, falasser, objeto a, entre outros.


Assim, a psicanálise é uma forma de tratamento pela palavra por meio da escuta do inconsciente nas entrelinhas dos ditos constituindo uma experiência de desconstrução e de abertura para a criação de um saber-fazer com o sofrimento e com o desejo.

 
 

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